TOYAKO, JAPÃO, 6 Jul 2008 (AFP) - Os líderes das oito principais potências do mundo analisarão a partir desta segunda-feira, na cidade japonesa de Toyako, como esfriar os preços do petróleo e a temperatura do planeta.
O encontro, em um hotel diante do lago Toya, ocorre no momento em que o barril do petróleo atinge os 146 dólares, a economia dos países industrializados vive um período de forte desaquecimento e a alta nos preços dos alimentos provoca protestos em todo o planeta.
Além dos líderes do G8 (Estados Unidos, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália, Canadá, Japão e Rússia), a Cúpula terá, como convidados, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Hu Jintao (China) e Felipe Calderón (México).
As autoridades japonesas montaram uma grande operação de segurança, com mais de 21 mil homens, e praticamente fecharam a ilha de Hokkaido (norte), local do encontro.
O presidente americano, George W. Bush, e seu colega russo, Dmitri Medvedev, que participa pela primeira vez da Cúpula do G8, já chegaram ao lago Toya, onde foram recebidos pelo primeiro-ministro japonês, Yasuo Fukuda.
Em entrevista coletiva ao lado de Fukuda, Bush reafirmou a política do "dólar forte" dos EUA, apesar de a moeda estar caindo em relação a outras. No entanto, reconheceu que a economia americana não anda tão bem quanto os dirigentes americanos gostariam.
O presidente americano afirmou ainda que os EUA vão desempenhar um papel "construtivo" na redução das emissões de dióxido de carbono, responsáveis pela mudança climática, mas advertiu que todo esforço deve incluir a China e a Índia.
Neste sentido, Lula deve reafirmar no Japão seu pedido aos países em desenvolvimento para que se unam às nações ricas no estabelecimento de metas visando reduzir as emissões de gases responsáveis pelo "efeito estufa".
"Todos os participantes, incluindo nosso país, devem fixar um objetivo de redução das próprias emissões de gases de efeito estufa", adiantou Lula na quarta-feira, em entrevista ao jornal japonês Yomiuri Shimbun.
Na coletiva de hoje, Fukuda disse que "no que se refere ao aumento dos preços dos alimentos e do petróleo, que têm um impacto negativo sobre a economia mundial", ele e Bush concordam "que é preciso fazer esforços urgentes neste sentido",
Já o líder francês, Nicolas Sarkozy, disse à imprensa japonesa que defenderá na Cúpula a "promoção da transparência" no mercado petroleiro, pedindo aos Estados produtores que publiquem suas informações sobre oferta e reservas, e aos Estados consumidores que divulguem os dados sobre seus estoques de petróleo".
"É importante estabelecer um dispositivo para que os países produtores e os países consumidores compartilhem suas informações sobre reservas, estoques e produção de petróleo", disse Sarkozy, que chegará a Toyako na segunda-feira.
O presidente francês também proporá ao G8 "estimular os Estados produtores a aumentar sua produção, para se evitar as consequências negativas de uma desaceleração da economia mundial e a alta simultânea da inflação".
A declaração final de Toyako deve assinalar que "o G8 vai liderar os esforços para reduzir em 50% as emissões" de gases responsáveis pelo aquecimento global até 2050, segundo o jornal japonês Yomiuri Shimbun.
Em Sapporo, a 150 km do lago Toya, milhares de manifestantes protestaram contra a globalização e após alguns incidentes, a polícia deteve quatro pessoas, entre elas um cinegrafista.
No protesto em Sapporo, ativistas da ONG Oxfam vestidos com máscaras gigantes dos líderes do G8 e quimonos exibiram um cheque gigante de 50 bilhões de dólares para os países da África, para lembrar a promessa feita durante a Cúpula da Escócia, em 2005.
Em 2005, o G8 acertou uma ajuda de 50 bilhões de dólares para a África até 2010, mas até o momento só desembolsou 14% deste valor, segundo uma fonte do grupo.
Uol Notícias
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