(atualiza com detalhes do comunicado do G7 e eclarações do secretário do Tesouro americano)
Washington, 11 abr (EFE).- Após admitir que as condições econômicas globais pioraram desde que se reuniu em fevereiro, o G7 (grupo dos sete países mais desenvolvidos) pediu hoje a revisão de algumas normas que regulam o mercado financeiro internacional.
Além disso, renovou seu apelo para que a China permita a valorização "acelerada" de sua moeda, após indicar que está preocupado com as possíveis conseqüências das recentes e "drásticas" oscilações das principais divisas sobre a estabilidade econômica e financeira.
"Continuamos vigiando os mercados cambiais de perto e cooperaremos da forma que for mais apropriada", afirma o documento.
No entanto, a questão cambial ganhou pouco destaque no comunicado emitido ao término do encontro, já que os ministros de Economia e presidentes de bancos centrais de Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Itália, França, Alemanha e Japão preferiram avaliar a crise financeira internacional.
Os participantes da reunião reconheceram que a "turbulência" nos mercados financeiros mundiais é "um desafio" e está durando mais que o esperado.
Para contê-la, disseram apoiar "energicamente" o relatório elaborado pelo chamado Fórum de Estabilidade Financeira, que contém medidas para aumentar a transparência nos mercados e melhorar a gestão dos riscos.
Além disso, ressaltaram a importância de os bancos centrais agirem de forma coordenada para evitar "transtornos" nos mercados.
"Cada um de nós continua comprometido com a tomada de decisões, individual ou coletivamente", para responder à crise financeira.
O G7, no entanto, não mencionou a possibilidade de dinheiro público ser usado para salvar bancos mais prejudicados pela crise, que, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), poderá ocasionar prejuízos de quase US$ 1 trilhão.
Na área macroeconômica, foi admitido que as perspectivas econômicas mundiais perderam vigor, haja vista a "fraqueza" do mercado imobiliário americano, as pressões inflacionárias, a tensão nos mercados financeiros mundiais e o impacto dos altos preços do petróleo e das matérias-primas.
Embora os países emergentes sejam "um ponto de luz" neste panorama tenebroso, o G7 alertou que estas nações "não são imunes às forças mundiais".
Especificamente sobre a crise financeira, o G7 disse que, "nos próximos 100 dias", os bancos deveriam divulgar "completamente" o nível de suas perdas e dos riscos que enfrentam, como pede o relatório do Fórum de Estabilidade, que é integrado por representantes de bancos centrais e instituições como o FMI e o Banco Mundial.
O grupo pediu ainda uma revisão "urgente" das normas contábeis internacionais e de gestão de risco, assim como dos códigos de conduta das agências de classificação.
No comunicado, o clube de países mais desenvolvidos diz quem até o fim do ano, os reguladores internacionais deveriam elevar o capital exigido para os produtos financeiros complexos que se revelaram de maior risco do que o esperado.
Em entrevista coletiva, o secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, afirmou que a economia dos Estados Unidos ainda pode se deparar com alguns percalços no caminho e que a principal prioridade no momento é limitar o impacto econômico das turbulências nos mercados.
O secretário frisou que o principal objetivo do G7 é ajudar as economias ao redor do mundo, e não os bancos ou banqueiros.
Paulson evitou se referir à contínua desvalorização do dólar frente ao euro, mas frisou que o Governo americano continua comprometido com uma moeda forte.
Nesse sentido, ele mencionou que os sólidos fundamentos da economia americana acabarão refletidos no valor do dólar.
"Tenho a máxima confiança na resistência, na flexibilidade e na força de nossa economia e de nossos mercados de capital", concluiu.
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